Quem disse que a fumaça é menos densa?

O ato de fumar tem causado uma densa discussão sobre o assunto, talvez tão densa que esteja até colocando a fumaça produzida para se mover em direção contrária, para baixo! Claro que isso é força de expressão, naturalmente isso não acontece, mas o tema tem produzido calorosas discussões, principalmente nas cidades em que a lei tem entrado em vigor, servindo até de teste, modelo, para quem sabe uma futura legislação mais firme em todo o território nacional (mesmo acreditando que os lobistas da indústria tabagista, farão o possível e impossível para que isso não ocorra). O fato de produzir fumaça para satisfazer os desejos está cada vez mais em baixa.
A favor do réu têm surgido inúmeras defesas, desde a que afirma ser o ato de fumar um direito individual, ate aqueles que defendem ormas "menos ofensivas" de fumar, outras formas de aspirar a famigerada "fumaçinha" produzida pelo tabaco (tabaco esse que vem em Cigarros, Charutos, Narguilé, etc).

E é exatamente sobre esse último supracitado que saiu um estudo, que no mínimo serve de subsídio para fortalecer cada vez mais os argumentos daqueles que são contra a "fumaçinha".
Uma pesquisa britânica afirma que o narguíle (0 tradicional cachimbo de água , comum no Oriente Médio) é muito mais prejudicial a saúde do que o cigarro. O estudo afirma que as pessoas que fumam narguílie podem sofrer com os altos níveis de monóxido de carbono (CO), o monóxido de carbono reduz a oxigenação das células, altera o colesterol do fumante, provoca arteriosclerose (entupimento das artérias).

Hilary Wareing, uma das diretoras do centro de pesquisa, diz que os níveis de monóxido de carbono detectados durante uma sessão fumando narguílie (10 miligramas de tabaco por 30 minutos) resultaram em quatro a cinco vezes mais do que se fosse fumado um cigarro. Entretanto, "na pior das hipóteses, o narguílie era 400 a 450 vezes mais perigoso do que fumar um cigarro", acrescentou.

O Departamento Britânico de Saúde afirmou que é difícil saber exatamente o quanto de monóxido de carbono um cigarro produz, devido a diferença na inalação dos fumantes. Mas, a medida do monóxido de carbono no hálito exalado mostrou que o nível normal em um não fumante foi de três partes de CO por milhão de partes de ar (ppm), (o que afetou menos de 1% de seu sangue), um fumante que consome menos cigarros teve 10-20 ppm (2% a 4% do sangue afetado), e um fumante com alto consumo teve 30 -40 ppm (entre 5% e 7% do sangue afetado).
O estudo descobriu que a pessoa que fuma o narguíle tinha 40 a 70 ppm de monóxido de carbono, o que afeta entre 8% a 12% e é um nível ainda maior do que fumantes que consomem muito cirrago.


Tem se visto uma tendência entre os jovens, principalmente os de classes sociais média alta, que começam a fumar o narguíle, talvez para fugir dos estereótipos que os fumantes carregam, ou então como forma de se tornarem diferentes dos outros, ou simplesmente buscarem conhecer outras culturas, são vários os motivos que escapam a essas simples hipóteses.

Mas o alerta não ronda apenas a dita "fumaçinha", Qasim Choudhoty, funcionário do Serviço Público de Saúde Britânico, afirma que dividir o cachimbo de narguíle pode transmitir infecções, existindo um risco maior de contrair tuberculose, herpes e infecções, além é claro da doença da moda, a gripe A H1N1, assim como tantas outras que são transmitidas pelo contato com mucosas de pessoas infectadas. O alerta se fez necessário, pois as pesquisas sobre a real potencialidade destrutiva de fumar narguíle ainda não foram concluídos, sem falar em como é delicado dizer isso de um produto que não tem rótulo ou estudos mais profundos, antes de qualquer coisa deve-se buscar a consciência dos males que a dita "fumaçinha" trás ao nosso organismo.

Fontes:

Diário da Saúde, acesso em 25/08/09;

Os efeitos do cirrago sobre o organismo humano, acesso em 25/08/09;

Narguíle, acesso em 25/08/09

Cientistas descobrem como o estresse atrapalha a tomada de decisões

Decisões pensadas e decisões automáticas

A cada dia nós fazemos uma multiplicidade de decisões com base nas consequências de nossas ações - as chamadas respostas orientadas por objetivos. Em um ambiente sempre em mutação, essa capacidade é crucial para o sucesso de nossa vida em sociedade.

Mas, como ela é complexa, ela exige um bocado do cérebro. Assim, ações repetitivas - como pressionar o botão do elevador - passam a se ligar a outros tipos de respostas neurais, que exigem menos do cérebro.

Se necessário, é sempre possível retornar ao primeiro tipo de resposta.

Estresse deixa pessoa no automático

Mas cientistas portugueses revelaram, em um estudo publicado no último exemplar da revista Science, que o estresse crônico - muitas vezes uma característica da vida moderna - interfere com essa capacidade de retorno à resposta por objetivos, congelando os indivíduos em respostas automáticas.

A descoberta desses efeitos do estresse tem implicações importantes, permitindo um melhor entendimento das patologias relacionadas ao estresse, de como o cérebro funciona em geral, e de questões mais práticas que vão do entendimento do impacto das questões ligadas ao estilo de vida moderno a como evitar más escolhas em situações nas quais o estresse parece ser inevitável.

Efeitos do estresse

O estresse crônico é uma questão importante na sociedade atual e sabe-se que ele leva a uma variedade de problemas de saúde, das úlceras à hipertensão. A maioria de nós já teve uma experiência pessoal de como nossa capacidade de decisão é afetada pelo estresse e quantas decisões erradas nós tomamos em razão disso.

Como exatamente isso acontece é o tema principal do trabalho agora publicado por Eduardo Dias-Ferreira, Nuno Sousa e seus colegas da Universidade de Minho.

Os cientistas analisaram decisões orientadas a objetivos - aquelas nas quais as consequências são levadas em conta - e decisões automáticas - aquelas resultantes do hábito - assim como a alternância entre as duas, e como esse processo de alternância é influenciado pelo estresse.

Alterações no cérebro

Esse efeito está associado com alterações morfológicas no cérebro, onde áreas ligadas a respostas habituais são ampliadas, obtendo uma melhor conectividade neural. O oposto acontece nas áreas que lidam com as respostas orientadas a objetivos, que sofrem atrofias e perdem conexões.

O trabalho tem várias implicações. Ele pode ajudar a explicar porque tantas vezes as doenças relacionadas ao estresse estão associadas com comportamentos compulsivos e vícios.

Técnicas para melhorar as decisões

Mas também, em uma sociedade dominada pelo estresse como a atual, ajuda a entender como o estresse constante pode afetar diretamente nossas escolhas. Isso poderá levar ao desenvolvimento de novas técnicas para lidar com o problema.

"Nós estamos agora focando o nosso trabalho futuro na tentativa de descobrir os mecanismos funcionais e moleculares subjacentes à nossa descoberta, a fim de desenvolver novas estratégias que possam reverter essa influência induzida pelo estresse nos processos de tomada de decisão," explica o Dr. Nuno Sousa.

Catarina Amorim, (Site Inovação Tecnológica) Acesso em:13 de Agosto de 2009.

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