Mais uma data comemorativa. Essa sim merecida!

Poderia começar e terminar de diferentes formas esse post: agradecendo, enaltecendo, parabenizando, pedindo desculpas, fazendo rir ou fazendo chorar, sendo mais um dentre todos que tiveram o privilégio de possuir uma mãe, que pariu ou que criou, que ensinou, que teve carinho, amor, por cada um de nós. E na pífia ideia do que pode significar ser mãe, poderia atribuir os mais variados sentimentos que ainda assim não chegaria nem perto, podendo apenas descrevê-la como... indescretivelmente singular!

Entretanto vendo umas imagens na internet me veio um sentimento arrebatador ,que meio por impulso pós-me a pensar; Eis as imagens:




Essas fotos fazem parte do trabalho da fotografa Carolina Camps, e mais do seu trabalho ser apreciado no site.

Por mais que queiramos presentear, dizer coisas maravilhosas, e tudo que se faz nessa data, ainda existem outros lados que jamais entenderemos, como por exemplo, o exemplo das mães encarceiradas, muitas delas vítimas de suas escolhas (a grande parte das presidiárias brasileiras foram condendas por envolvimento com drogas, muitas vezes influênciadas por seus parceiros, namorados ou maridos), ou vítimas da falta de escolha que, em um momento para muitos considerado o fundo do poço, tomam a decisão mais sublime e corajosa. Mesmo sabendo da possibilidade de não poderem criar seus filhos (alguns presídios só permitem que as crianças vivam um certo período junto de suas mães) e decidem pela criança, sua vinda ao mundo, o mesmo mundo que a colocou naquele lugar, para mim isso quer dizer uma coisa: ESPERANÇA.

É duro ver essa situação, mães pagando por seus crimes perante a sociedade, criando crianças dentro de um presídio (em sua grande maioria sem a mínima estrutura para isso), mas a gravidez como condição é inerente e indissocíavel do fato de ser mulher, ali não temos apenas mulheres apenadas, temos mães, e acredito que diante de tal pessoa qualquer descriminação é também um crime. Pois o mesmo ser que está privado de sua liberdade povém a maior forma de libertação que existe.

O que venho a abordar é muito mais do que um fato (mulheres presas e suas crianças), é um sentimento, um reconhecimento, um desabafo, diante de tanta distorção a que essa data esteve exposta durante esses inúmeros anos em que vem sendo vendida (no Brasil desde 1932, apartir do decreto de Getúlio Vargas), em propagandas, lojas, e das mais variadas formas.

Entendo o forte apelo que ela produz mais elas merecem bem mais que um dia, muitos presentes, incontáveis beijos e abraços, elas merecem o respeito sejam elas quem forem e estejam elas onde estiverem. Por que esse é apenas um lado de um prisma de lados infinitos, que não apenas refletem a luz como as várias outras pedras preciosas, mas que consegue transformar essa luz que não se sabe de onde vem e nem para onde vai, nas mais variadas formas que a luz possa ter.

Mais informações sobre as mães do texto, acesse:
O Brasil atrás das grades
As presidiárias brasileiras


E Feliz dia das MÃES!

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